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Análise Cientométrica



1. Pensamento Sistêmico

A fim de apresentar o pensamento sistêmico (ou de pesamento complexo – aqui utilizado como sinônimos1) como nova abordagem (ou novo paradigma) da ciência, se faz necessário primeiramente apresentar quais seriam os aspectos da ciência moderna(Ciência Tradicional), paradigma hegemônico contemporâneo.

Assim, esta sessão está dividida em dois momentos. No primeiro, apresenta-se as características da Ciência Tradicional. No segundo, são abordadas as características de Ciência Novo-Paradigmática Emergente Alguns autores, como Edgar Morin e Fritjof Capra, ao abordarem o novo paradigma da ciência, utilizam-se dos termos pesamento complexo e complexidade. Decidi utilizar o termo pensamento sistêmico pois é o termo utilizado por Maria José Esteves de Vasconcellos, principal referencial teórico deste trabalho.

As denominações do paradigma da ciência emergente variam conforme os autores. Conforme Maria José Esteves de Vasconcellos, como a ciência tradicional tem sido chamada de “ciência moderna” (séculos XVII a XIX), essa nova ciência tem sido chamada também de “ciência pós-moderna” (século XX). Prefiro chamá-la de “ciência novo-paradigmática emergente” ou simplesmente “ciência novo-paradigmática”. (VASCONCELLOS, p. 68)

1. 1 – Ciência Tradicional

Como aponta Maria José Esteves de Vasconcellos (2002, pp. 59-60), é na Modernidade que a cientificidade ganha corpo. A partir do século XVII, a ciência se desvencilha da filosofia, e começa a tomar para si uma abordagem própria. Ocorre, portanto, a matematização da experiência. Edgar Morin afirma que vivemos, a partir desse momento, sob o paradigma da simplificação, que separa o sujeito pensante do objeto, ou seja, a filosofia da ciência (MORIN, 2011, p. 11). Da mesma forma, Fritjof Capra (2006, p. 100) afirma que a ciência, no sentido moderno da palavra, começou no final do século XVI.Ocorre assim, entre o século XVI e XVII, uma mudança radical da noção de um universo orgânico, vivo e espiritual(visão medieval, baseada na filosofia aristotélica e na teologia cristã),para a noção da Modernidade, que entende o mundo através da metáfora de funcionamento como uma máquina (CAPRA, 2006, p. 34).


Maria José Esteves de Vasconcellos apresenta três pressupostos do paradigma da ciência moderna: a simplicidade, a estabilidade e a objetividade (VASCONCELLOS, 2002, pp. 69-94).

a) Simplicidade. O primeiro pressuposto requer a separação do todo em partes menores, a fim de que se entenda o funcionamento do todo através dessa essência ou elemento (unidade elementar).

Tal pressuposto emerge pelos ensinamentos de René Decartes. Foi ele quem criou o pensamento analítico, que consiste em quebrar fenômenos complexos em pedaços a fim de compreender o comportamento do todo a partir das propriedades das suas partes (CAPRA, 2006, p. 34).

b) Estabilidade. O segundo pressuposto da ciência tradicional apresentado por Maria José Esteves de Vasconcellos é o pressuposto da estabilidade, ou seja, a crença em que o mundo [...] já é, [...] em que nele as coisas se repetem com regularidade (VASCONCELLOS, 2002, p. 81). Por este pressuposto, o mundo pode ser determinado, previsível, reversível e controlável. Assim, é a partir deste pressuposto que a ciência acredita que os fenômenos da natureza são regidos por leis.

c) Objetividade.Este pressuposto está enraizado na crença de que é possível conhecer objetivamente o mundo (VASCONCELLOS, 2002, p. 89). Vale dizer, este pressuposto se baseia na separação entre o conhecimento racional e a opinião. Assim, a subjetividade deve ser colocada entre parênteses (VASCONCELLOS, 2002, p. 91).


2 – Ciência Novo-Paradigmática

Para a Maria José Esteves de Vasconcellosos três pressupostos da cientificidade moderna sofreram avanços na ciência: da simplificação para a complexidade; da estabilidade para a instabilidade; da objetividade a intersubjetividade (VASCONCELLOS, 2002, p. 101).


3. Conclusão

Se buscou analisar quanto a academia científica brasileira tem estudado o Direito a partir de uma perspectiva sistêmica, já enraizada em diversas áreas da pesquisa científica.

Após a análise dos dados, observa-se que, embora não de maneira explícita, as pesquisas científicas apresentaram um certo grau de complexidade, instabilidade e intersubjetividade, pressupostos do pensamento sistêmico.

Embora não se tenha encontrado artigos que citem o uso do pensamento sistêmico, encontrou-se um certo grau de preocupação para que as análises não se limitassem a excluir o Direito de seu contexto social. Melhor argumentando, se vê a presença de um número, a meu ver, satisfatório de pesquisas que não se limitam a analisar temas fechados ao Direito, à “pureza” do Direito (33% do número total de artigos).

Ainda, ocorre em certo grau de interdisciplinariedade e transdiciplinariedade nas pesquisas.

Por outro lado, é necessário apontar que os artigos analisados teriam como supratema o advento de novas tecnologias da informação na sociedade, assunto que demanda uma maior necessidade de um pensamento complexo, visto que o próprio pensamento complexo tem suas raízes na ascensão da Cibernética e das teorias da informação. Isto pode ter contribuído para uma maior presença do pensamento sistêmico nas análises.



João Paulo Jamnik Anderson.

Mestrando em Direito na UNINTER. Graduado em Publicidade e Propaganda na Universidade Positivo e Direito na UNICURITIBA. Especialista em Direito Administrativo na UNICURITIBA e em Gestão da Saúde na UEPG. joaop_anderson@hotmail.com

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De acordo com Manuel Castells:


A inovação tecnológica e a transformação organizacional com enfoque na flexibilidade e na adaptabilidade foram absolutamente cruciais para garantir a velocidade e a eficiência da reestruturação. Pode-se afirmar que, sem a nova tecnologia da informação, o capitalismo global teria sido uma realidade muito limitada [...].

 

1. Sociedade em Rede


O conceito de Sociedade em Rede, ou Sociedade da Informação, a ser utilizado como marco referencial teórico pragmático é aquele oferecido por Manuel Castells e Krishan Kumar. É necessário, portanto, apresentar como os autores entendem a origem das tecnologias da informação e da Sociedade em Rede, bem como quais seriam especificamente essas tecnologias.


Krishan Kumar afirma que o nascimento da informação não só como conceito, mas também como ideologia, está inextricavelmente ligado ao desenvolvimento do computador durante os anos da guerra e no período imediatamente posterior.

O autor afirma existir dois momentos decisivos para o advento e expansão das tecnologias da informação nos Estados Unidos. Primeiramente, elas teriam se desenvolvido pela necessidade militar1. Em um segundo momento, elas foram essenciais para a expansão global das empresas norte-americanas, e pela necessidade de comando e controle para esta expansão econômica.


Já Manuel Castells tem um entendimento diferente sobre o ponto inicial da Revolução Tecnológica trazida pelas tecnologias da informação3. Em sua obra A sociedade em rede, o ponto de partida adotado é o final do século XX, entre as décadas de 1970 e 1990. Para o autor, este período histórico, houve uma transformação de nossa “cultura material” pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação.


Mas, quais seriam essas ferramentas, essas tecnologias da informação? Manuel Castells inclui, neste conceito, o conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hardware), telecomunicações/radiodifusão, e optoeletrônica, além da engenharia genética5.

Para este autor, diferentemente da necessidade militar da Segunda Guerra Mundial, a expansão das tecnologias da informação seria oriunda da necessidade de uma reestruturação do capitalismo.


 

"Componentes fundamentais do computador, como os circuitos elétricos miniaturizados, foram desenvolvimentos pelos americanos para usos militares específicos durante a Segunda Guerra Mundial – neste caso, os detonadores remotos para bombas. O computador eletrônico digital em si surgiu principalmente para realizar cálculos balísticos e as análises que resultaram na bomba atômica. Os centros de pesquisa civil, onde ocorreu a maior parte desses progressos [...] foram na maior parte financiados pelo governo americano no tempo da guerra e supervisionados por órgãos públicos [...]"

 


2. Redes


Diferentemente ao ensinamento de Manuel Castells, o qual afirma que a lógica de redes surge como lógica de relação entre as pessoas com o advento das tecnologias da informação, para Roberto Armando Ramos de Aguiar as redes, embora com diferenças qualitativas com relação às redes contemporâneas, sempre existiram. E partindo dessa premissa de constância das redes no tempo, Roberto A. R. Aguiar constitui uma análise histórica tendo como ponto de análise a configuração dessas redes sociais no decorrer da história.


As redes dos povos primitivos teriam como característica principal a horizontalidade, ou seja, não clivavam os seres humanos a partir das desigualdades e diferenças. Estas redes estavam legitimadas em uma coerência superior ao grupo, representado por um universo anímico que dá sentido para as existências humanas e promove seu pertencimento ao mundo universal das almas.


A horizontalidade dessas redes é necessária e desejada, diante do medo de emergência de uma minoria que pudesse controlar e retirar os poderes coletivos de toda a sociedade. Portanto, trata-se de uma sociedade que tinha como preocupações valorativas o cuidado e continuidade dos grupos sociais.



 


João Paulo Jamnik Anderson

Mestrando no Programa de Pós-graduação em Direito do Centro Universitário Internacional (PPGD-UNINTER); Bacharel em Direito (UNICURITIBA) e Publicidade e Propaganda (Universidade Positivo); joaop_anderson@hotmail.com


Mário Luiz Ramidoff

Desembargador no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná; Mestre (PPGD-UFSC); Doutor (PPGD-UFPR); e Estágio Pós-doutoral em Direito (PPGD-UFSC); Professor Titular no PPGD-UNINTER e no UNICURITIBA (Graduação); marioramidoff@gmail.com

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Possui graduação em Direito e em Publicidade. Mestrando em Direito
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Doutoranda em Ciência Jurídicas Privatísticas. Mestre em Ciência Jurídica. Mestre em Estudos Políticos Advogada e Professora Universitária. Autora do livro: Tecnologia e Relação de Trabalho: Impactos na vida do trabalhador contemporâneo.

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    Vamos discutir uma parte do livro Pensamento Sistêmico: O novo paradigma da Ciência, de Maria José Esteves de Vasconcellos.
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